domingo, 19 de abril de 2009

Entre a mulher e a patroa

Durante a semana, li uns dois ou três blogs femininos, nos quais um tema principal era o eterno dilema entre ser "amélia", "do lar" ou ser "independente" sem perder a essência.

Foi então que eu encontrei esse texto da Madeira Medeiros, A mulher e a patroa, que trabalha a idéia de qual mulher você quer ser, a "patroa" (termo que na minha opinião é típico de homem brasileiro pré-jurássico) ou a "mulher" moderna.

Eu, particularmente, penso que possa haver o meio termo. Não vejo mal algum em ser "a patroa" desde que isso seja consciente e não imposto. Também não acho que para ser feliz, a mulher tem que ter seu emprego, seu salário.

Cada um é cada um. Então, que cada mulher possa fazer suas escolhas sem culpa, para que mais tarde não venha se sentir infeliz e colocar a culpa no marido, nos pais, nos filhos, na vida, na carreira...



A mulher e a patroa. (Marta Medeiros)


Há homens que têm patroa. Ela sempre está em casa quando ele chega do trabalho. O jantar é rapidamente servido a mesa. Ela recebe um apertão na bochecha. A patroa pode ser jovem e bonita, mas tem uma atitude subserviente, que lhe confere um certo ar robusto, como se fosse uma senhora de muitos anos atrás.


Há homens que têm mulher. Uma mulher que está em casa a hora que pode, às vezes chega antes dele, às vezes depois. Sua casa não é sua jaula nem seu fogão é industrial. A mulher beija seu marido na boca quando o encontra no fim do dia e recebe dele o melhor dos abraços.A mulher pode ser robusta e até meio feia, mas sua independência lhe confere um ar de garota,regente de si mesma.


Há homens que tem patroa, e mesmo que ela tenha tido apenas um filho, ou um casal, parece que gerou uma ninhada, tanto as crianças lhe solicitam e ela lhes é devota. A patroa é uma santa, muito boa esposa e muito boa mãe, tão boa que é assim que o marido a chama quando não a chama de patroa: "mãezinha"



Há homens que têm mulher. Minha mulher, Suzana. Minha mulher,Cristina.Minha mulher, Tereza. Mulheres que têm nome, que só são chamadas de mãe pelos filhos, que não arrastam os pés pela casa nem confiscam o salário do marido, porque elas têm o dela. Não mandam nos caras, não obedecem os caras: convivem com eles.


Há homens que têm patroa. Vou ligar pra patroa. Vou perguntar pra patroa. Vou buscar a patroa. É carinho, dizem. Às vezes, é deboche. Quase sempre é muito cafona.


Há homens que têm mulher. Vou ligar pra minha mulher. Vou perguntar pra minha mulher. Vou buscar minha mulher. Não há subordinação consentida ou disfarçada. Não há patrões nem empregados. Há algo sexy no ar.


Há homens que têm patroa.

Há homens que têm mulher.

E há mulheres que escolhem o que querem ser.

(Marta Medeiros)

5 comentários:

Carol disse...

aiii
texto mto bom, comentario meu: num gostaria q meu amore me chamasse de mãe, que broxante

Mariachiquinha disse...

Mas num é Carozitha! :P

Tem uma teoria na psicologogia (não me lembro agora se é freudiana ou cartesiana) que diz que a mulher depois que casa tende deixa de ser mulher para ser a mãe. Eu devo fugir a regra.

Bela disse...

Olha por mais brigada q eu esteja com meu ado... ele sempre me chama de mulher =D

msm brigados ele so me apresenta ocmo mulher, minha mulher, deixa eu liga pra minha mulher, é sempre assim, sem exagero, nada de minha namorada, patroa ou mãe dos meus filhos. e nada dele tb falar mais alto q eu, talvez seja por isso q briguemos tanto... rsrs

Ama qm tem coração
mais obedece qm tem juizu rsrs

Iseedeadpeople disse...

Afeeee, se me chamar de patroa ou maezinha, eu peco o divorcio, Deus eh mais!!!!! Coisa mais brega!

Anônimo disse...

Adorei o texto!
Mas muitas são chamadas de "patroas" precisamente por causa dessa teoria, de depois de casar ou morar junto virar mãe e secretária do marido, tomando conta do horário da medicação, lembrando de reuniões e consultas, querer ficar com parte do seu dinheiro ou todo para ela gerir... credo!!! tenho pavor disso, as pessoas não viram uma só, são duas, com suas necessidades, gostos, responsabilidades, são dois seres que convivem, se apoiam, se amam, mas têm cada um o seu papel.

Bj