quarta-feira, 6 de maio de 2009

Já questionava meu pai: "Trabalhar para viver ou viver para trabalhar? "

São 23:33 ou 11:33 pm. Mas um dia se vai, e cá estou ao seu término, cansadíssima de tanto trabalhar.

Eu adoro ler, comentar, conhecer nos blogs, ler o resumo dos noticiários na internet, ver videos no youtube, mas a cada dia que passa parece que esse tempo livre no qual eu me permito ficar online, está diminuindo. 24 horas para mim, não estão sendo o suficiente.

Já faz alguns dias que eu venho me questionando o porque d'eu trabalhar tanto. Sim, trabalho porque preciso, aliás são pouquíssimas as pessoas que podem se precisam trabalhar, o que não é o meu caso. Também trabalho porque sou uma "fresquinha" consumista e como quase todo mortal, sonho em ter a minha mansão com piscina, sauna, sala de ginástica, 3 ou 4 carros na garagem, viajar pelo mundo uma vez por ano e ter uma coleção de bolsas da Vitor Hugo...

Voltando a vida realidade, gosto do que faço, procuro fazer bem-feito, mas falta tempo pra mim, pra minha família, para não fazer nada. Daí, hoje eu vistando blogs, achei um texto da Martha Medeiros, que expressa bem esse corre-corre que a gente vive.


A obsessão por ser perfeita

Pergunte a si mesma: assumir tantos compromissos e ser tão tirânica em relação ao seu desempenho está fazendo de você uma mulher mais feliz?

“Sou perfeccionista demais!", costumam exclamar algumas mulheres, sem deixar claro se estão se auto-elogiando ou se autocriticando. Por via das dúvidas, saio de perto. Já não tenho paciência para essa busca desenfreada pela perfeição. Quem disse que, ao assumirmos certas atribuições outrora masculinas, teríamos que virar as mestras em eficiência, as PhD em produtividade?

Atualmente, mulheres tripulam foguetes, presidem países e são autoras de descobertas científicas. Mas você, que não é astronauta, nem presidente de nada, nem candidata a Einstein, anda se cobrando insanamente por quê?

A independência feminina era pra ser divertida, onde é que deu errado? Sua agenda está mais cheia do que a da Condoleeza Rice. Você não consegue se conceder meia hora para fazer as unhas. Está tão estressada que quase cai em prantos quando seu patrão dá uma bronca. E você não dorme, criatura. Você acredita mesmo que cinco horas por noite é suficiente? Você passa seu creme anti-rugas antes de se deitar e, quando acorda, elas estão todas lá, triplicadas pelo cansaço. E nem adianta tentar encontrar uma horinha para aplicar botox porque sua dermatologista está sem hora livre até agosto - ela é mulher como você, portanto, outra maluca viciada em agenda cheia.

Estamos todas perdendo feio para este que deveria ser nosso aliado, mas virou um inimigo: o tempo. (continua)

Pergunte a si mesma: assumir tantos compromissos e ser tão tirânica em relação ao seu desempenho está fazendo de você uma mulher mais feliz? Se a resposta é não, pare tudo e troque por um cotidiano mais realista. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista o Culpa Zero.

Você é, humildemente, uma mulher. E se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, diga adeus ao melhor dos luxos. Porque luxo não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é encarar qualquer trabalho por dinheiro, não é atender a todos e criar para si mesma a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.

Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para receber as amigas em casa. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Para fazer um curso. Engravidar. Ou para conhecer uma cidade bem longe. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem precisar deixar de existir.

Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem? Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Phillipe Starck e o batom da Mac, mas se você precisa se matar de trabalhar para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica a beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres 5 estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, ter um luxo de vida.

Martha Medeiros

6 comentários:

Mel disse...

Nossa,adorei esse texto,genial!
Pitty,relaxa amiga,se vc esta feliz assim trabalhando tanto ok,se se sente estressada por isso entao pare,reveja seus conceitos e mude o modo de vida.
Eu gosto de estar sempre com muitas coisas a fazer,existem sim muitas pessoas que nao precisam trabalhar,digo em relacao a dinheiro e trabalham,veja as japonesas,elas tem carro zero na porta,contas bancarias recheadas e trabalham muito memso assim,nao gostam de ficar paradas,isso eh bom mas tem que ser o seu estilo.
Eu tbem sonho com mansao com piscina e bolsas Chanel,mas nunca consego ajuntar grana,vou ser pobrinha mesmo,to feliz assim.
Amiga,beijo,trabalhar eh tudo na vida e s evc faz oque gosta ta bom demais.

Claudia Acourt disse...

Amei.
Sabe, eu entendo perfeitamente o que a Marta diz. Vivia assim. Alias, eu cresci tendo que mostrar para os outros como eu era competente, responsavel, 100% capaz. Consegui a proeza de trabalhar na minha area de formaçao e fazer bonito. Porem, como vc, nao tinha tempo para nada nem para mim. Alias, o tempo que eu tinha para mim era por obrigaçao com aparencia por causa do trabalho.
Parei, inverti o curso da minha vida, fiz as malas e atravessei o Atlantico. Aqui, trabalho para viver, para ter tempo para mim. E morro de medo de ter que voltar ao Brasil e a antiga vida.
Sei que é loucura mas nao estou preocupada com o futuro. Vivi pensando nele e nao consegui muita coisa, alem de dores fortissimas de cabeça e um stress absurdo. Entao, vivo o hoje. E como me sinto realizada assim!
Vale a pena tentar, viu!

Bacio

Ana, Anjogatos disse...

O triste é constatar que 24hs tb não são suficiente para mim. Bjs

Thaynara Sylva disse...

Eu trabalho pra viver..kkk
trabalho cum o eu blog a alegria da minha vida....mas uma vez seu post foi um sucessso...garota........
bjokssssss

Mariachiquinha disse...

Meninas:

Trabalhar não é algo ruim, muito pelo contrário. Uma mente ativa, um corpo ativo, evita trocentas doenças neurológicas. Porém, trabalhar demais, estressa, enjoa. Encontrar o equilíbrio deveria ser a solução.

Eu não tenho nenhum pouco de culpa em dizer que adoraria ser uma patricinha, dondoca, e qualquer adjetivo similar.
Sou mariapreguiça assumida.

Um dia eu tomo um chá de coragem e chuto o balde ou então espero mais uns 15 anos para eu me aposentar. :P

Hexer disse...

Oie...
adorei o post...e veio super a calhar...

Tenho vivido no dilema de analisar se consiguiria viver de esposa, não que eu ache que seja fácil cuidar de família, casa e marido...Mas alguém me programou errado e desde os 18 anos que acumulo pelo menos 2 empregos...

Sabe aquela depressão que eu tratei? Sabe qual foi a causa? Estresse...Eram 2 faculdades (uma integral!), dois cursos de idioma e três empregos... Como assim? Nem eu sei...daí deu no que deu...pifei!

Mas como o texto diz...precisamos arrumar tempo pra não fazer nada! Embora eu ainda não saiba como fazer nada! Me sinto MEGA inútil e inquieta....rsrsrs

bjs