quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

...na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...

 
 
Este texto não é meu, também não sei quem é o autor, mas é de uma delicadeza. ë quase impossível não se emocionar, não se sensibilizar, não querer um amor assim.
 
" Hoje pela manhã, sentada sobre esse magnífico sol que brilhava nesse lindo céu azul sem nuvens, lembrei de um casal de idosos, meus vizinhos, casados à, no mínimo, uns 50 anos. Isso mesmo. Uns 50 anos. Eles são do tempo em que o rapaz se apresentava à família da sua pretendente, ficava para o jantar e depois um cafezinho ou um cházinho na sala para conversar melhor sobre as suas intenções com a moça.
 
Eu imagino que deveriam ter, 20 anos os dois (ou ele um ou dois anos mais velho que ele, como era de costume) quando disseram sim na frente do padre na Igreja. Uns 20 anos quando juraram “amar e respeitar, sendo fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe”, ou como diria o célebre e meu adorado Vinicius de Moraes: no infinito de nós dois.
 
Eles juraram ao padre e tenho certeza que irão cumprir esse juramento, como todos que se casam deveriam fazer. Bom se fosse. Bando de hipócritas. O que falta nos casamentos de hoje, é a fidelidade, respeito e amor com o seu conjugê. Sim, amor! Raros os que tem. Mas enfim, voltando ao: “na saúde e na doença até que a morte nos separe”, sobre isso que quero comentar.
 
Os dois, casados à uns 50 anos, como já frisei antes, continuam juntos e felizes. Sempre fizeram exatamente tudo juntos. Desde lavar a calçada de casa até ir à Igreja ou ao supermercado. Caminhavam de mãos dadas. Lembro que vez ou outra, quando eu tinha tempo, os via fazendo o serviço doméstico ou então indo à padaria que fica logo ali, do lado de casa.
 
Há pouco tempo atrás, ela teve algumas complicações, ficou mal, e doente. Está de cama. Não se levanta para nada. Qualquer outro homem que não ame e não respeite a sua mulher, a teria abandonado. Mas ele não, ele continuou ao lado dela. Agora quem cuida da casa é ele. Coisas que antes ela fazia agora é ele quem faz.. O almoço, o jantar, varre a calçada, cuida das plantas, vai até a padaria, ao supermercado, à Igreja...em todos os lugares que antes eles iam juntos.
 
Mas eu, que antes observava os dois de mãos dadas mesmo com a muita idade, coisa que a maioria não faz por vergonha, agora que o vejo sozinho, sinto nele um ar de agonia, de metade, de vazio. Sem ela do lado ele parece desprevenido, inseguro, abandonado. Vejo, mesmo de longe, sua dor estampada na face, por não ter agora caminhando ao seu lado aquela que tanto o fez feliz. Aquela sua companhia de vida, de sempre. Vejo não, sinto. Aliás, não só eu, mas todos que os conhecem.
 
Desconfio que ele vá tanto à Igreja para rezar pela recuperação de sua mulher, sua esposa, a mãe dos seus filhos. Para que ela possa voltar a andar com ele todas as tardes até os lugares que sempre frequentavam. Eu também rezo. Rezo para que eu esteja aqui para poder vê-los caminhar juntos novamente. Juntos eles transparecem harmonia, companheirismo, amor, sabedoria no olhar, química, física, matemática, geografia, história, respeito mútuo, cumplicidade, desejo de se ver, de se ter, de ser assim pelo restinho das suas vidas...juntos eles são lindos e isso me inspira e me alegra...isso me deixa emocionada, com os olhos marejados pensando e querendo ser assim também. Desejando ter alguém, que assim como esse velhinho simpático, fique pela metade quando eu não estou por perto, que se sinta incompleto na minha ausência, alguém para sempre...que volte a sorrir comigo.
 
Esse casal é um exemplo, um exemplo para vários outros casais por aí. Quando juntos são felizes. Quando juntos de mãos dadas e sorrindo são lindos. Uma vez...na Igreja, diante de Deus e do padre, eles prometeram: “amar e respeitar, sendo fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe”.
 

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